Nesta última semana, estive com profissionais das áreas em que atuo em São Paulo. Nele, pude participar da 4ª edição do Fórum ESG ABRH Brasil, e da 6ª edição da Longevidade Expo + Fórum, um dos maiores eventos do mundo na área.
Na Pandemia, aprendemos que eventos e reuniões online são possíveis e também produtivos. A partir de formatos online, fomentei grandes amizades. Mas, convenhamos, nada substitui um abraço e uma conversa olho no olho, sentir o calor da voz presencial, o cheiro e conhecer a altura real da pessoa com quem nos relacionamos. Então, fico feliz com as possibilidades desse (re)encontro e penso que é preciso que a gente se esforce para realizá-lo, sempre que possível.
Hoje vou apresentar as ideias que foram trocadas no FÓRUM ESG ABRH BRASIL. Na próxima semana, vou tratar sobre a Longevidade Expo + Fórum.
Começando do início: o que é ESG?
ESG significa Environmental, Social, and Governance (Ambiental, Social e Governança) e é um conjunto de critérios usados para avaliar o desempenho e impacto sustentável de uma empresa ou organização:
- Ambiental (Environmental): como a empresa lida com questões ambientais, como a poluição, mudança climática, uso de energia e gerenciamento de resíduos, entre outros temas.
- Social (Social): como a empresa trata as pessoas, incluindo colaboradores, clientes, fornecedores e a comunidade. Isso inclui práticas de trabalho justas, segurança no local de trabalho e diversidade.
- Governança (Governance): como a empresa faz seus negócios, ou seja, ética empresarial, transparência, conflitos de interesse e a composição da liderança (como o conselho de administração).
Sendo assim, ESG são critérios que ajudam a medir o impacto de uma empresa além dos lucros, levando em consideração como ela cuida do meio ambiente, das pessoas e de como é gerida de forma ética e transparente.
Sobre o Fórum ESG em São Paulo
Em 26 de setembro, no Sheraton São Paulo WTC, aconteceu a 4ª edição do Fórum ESG, promovido pela ABRH Brasil. Encontrei conversas muito instigantes e que foram ao encontro das minhas próprias inquietações.
A partir da palestra magna da manhã, apresentada por Fernando Alves, diretor-executivo da Rede Cidadã, ficou claro que ferramentas e conteúdos que trabalham o ESG apenas no aspecto mental e de raciocínio humano são insuficientes. Para ser transformador, é necessário se tornar cultura e, para se tornar cultura, é necessário que as pessoas queiram fazer diferente, desejem se transformar. Para isso ocorrer, é preciso ocorrer o convencimento interior, ou seja, realizar um plano de aprendizado a partir das emoções e do autoconhecimento.
Uma das questões levantadas foi que a diversidade é muito maior do que a que estamos habituados a enxergar e a trabalhar. Precisamos aprender a ampliar nosso olhar com relação às diversidades e considerar a transversalidade entre elas, etnia, gênero, religiosa, cultural, socioeconômica, corporal, etária, etc. E o ideal para uma empresa era que realmente houvesse uma representatividade dessa diversidade de forma inclusiva.
Da porta pra fora
É certo que há empresas muito bem posicionadas em rankings com mapeamentos, projetos, programas, relatórios com números bonitos, mas que não possuem os valores de ESG entranhados em suas culturas (e talvez ainda relutem). Tudo lindo… da porta pra fora.
Quem puxa
Muitas empresas colocam na área de Recursos Humanos a responsabilidade de ser a condutora do ESG. Entretanto, o Rafael Guimarães, líder de governança, estratégia e educomunicação da Rumo Logística, trouxe a experiência de quem já implantou três programas em diferentes empresas e de que a responsabilidade precisa ser compartilhada por diversas áreas, já que decisões impactam desde a área jurídica, passando por compras, comunicação, marketing e, claro, recursos humanos. Gostei.
Da porta pra dentro
Para empresas que querem mudanças de cultura da porta para dentro, foi se consolidando ao longo do dia a ideia de que a liderança positiva, segura e saudável é essencial, a que anima as pessoas para (se) transformarem, quando realmente há a decisão de transformação para uma “cultura ESG”. Nesse sentido, o painel final com os depoimentos da CEO Andrea Krewer, da Sodexo, e do CEO Miguel Setas, foi fundamental, quando contaram sobre suas trajetórias. Indico o livro do Miguel Setas, “Gigante Pela Própria Natureza”, sobre como se tornou um líder ESG. Confesso que ainda não li (ops!), mas uma amiga querida, Patrícia Rabello, sócia da consultoria Ideia Sustentável, leu e se apaixonou pelo livro.
Para quem quer conhecer mais sobre o tema, vou indicar o livro “Vamos Falar de ESG?”, escrito pelo Ricardo Voltolini, coordenador do Fórum ESG da ABRH Brasil e CEO da Ideia Sustentável, que contém diversos artigos que farão você ter um panorama geral e se atualizar a respeito. Além disso, ele também traz diversas indicações ótimas de leitura para aprofundamento, caso tenha interesse.
Precisamos mudar o mundo. Atualmente, vivendo a situação das mudanças climáticas e de desigualdade social, empresas que atuam com valores e políticas ESG estarão contribuindo – de verdade – para salvar a raça humana. Isto é ou não inspirador? Então, que tal ativar o coração para mudar a mente?
Foto da Capa: Freepik / Gerada por IA
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