Conhecer um problema é o primeiro passo para agir sobre ele. Informação é poder. Só existe opção com informação.
Essas e mais inúmeras frases que fazem parte do dia a dia de qualquer um que tenha administrado de bolicho a grande empresa ou um país mostram a importância de ter em mãos dados estruturados antes de tomar qualquer decisão.
E isso não é nada novo. Há 4.260 anos, o imperador chinês Yao encomendou o primeiro censo da humanidade. O objetivo era saber quantos eram os seus súditos e qual a extensão e culturas das terras cultivadas.
Depois disso, romanos, gregos, incas, duques e príncipes da Idade Média investiram em recenseamentos para conhecer o tamanho, necessidades e possibilidades de seus impérios (sim, porque na maioria das vezes o objetivo era mesmo saber quanto dava para coletar em impostos).
Já o censo como conhecemos hoje, surgiu no Canadá em 1666, sendo normatizado em 1853, com a realização do Congresso Internacional de Estatística em Bruxelas. É neste encontro, por exemplo, que se recomenda a realização de pesquisas decenais em anos terminados em zero.
Mas nem só de censos populacionais vive esse artigo. Pesquisas setoriais também são essenciais para o entendimento de um mercado ou área profissional.
Neste ano, por exemplo, a Brivia e o Portal Metrópoles estão realizando o Panorama Mindset Digital, uma pesquisa sobre o nível de maturidade tecnológica das empresas brasileiras. Organizações de todo o Brasil respondem à pesquisa de forma anônima, permitindo compor um cenário nítido do mercado nacional de transformação digital. Não apenas as lideranças, mas profissionais de todos os níveis destas empresas poderão preencher o questionário, informando sua percepção a respeito da digitalização da companhia. Depois de tabuladas, cada empresa receberá sua avaliação individual e os comparativos com seu setor de inserção, o que poderá ser um rico instrumento para planejamento e governanças das iniciativas de transformação digital.
Para responder a pesquisa, clique na imagem abaixo
O mesmo processo está sendo feito de forma governamental em Portugal com a pesquisa Avaliação de Maturidade Digital. Em terras lusas, essa é uma ferramenta de autodiagnóstico, em que as empresas respondem uma série de questionários e, ao final, recebem uma indicação de seu nível de maturidade digital, juntamente com recomendações e orientações para intervenções ou aproveitamento de oportunidades. Já o conjunto dos dados deve ser usado pelo governo português para traçar estratégias para acelerar a digitalização do país.
Tudo isto para dizer que, ao imergir em um contexto, podemos compreender melhor os problemas e traçar soluções estratégicas, seja em políticas públicas ou negócios privados. Desconsiderar um censo – como fez o Governo Bolsonaro em 2020 – só tem um propósito: atrasar o futuro.
Link relacionado: Panorama Mindset Digital
Quem leu meu último artigo aqui na Sler, sobre trabalho remoto e qualidade de vida, já sabe que trabalhei no censo nacional de 1996, mesmo ano em que ingressei no curso de comunicação social da UFRGS.