Esta é uma dicotomia que vivia o Grêmio. Uma situação confortável na tabela da segunda divisão e atuações da equipe, até então, preocupantes. Mas quando venceu o Náutico, na última sexta-feira, por 2 x 0, os gremistas puderam desfrutar de algo quase raro nestes últimos 18 meses: um resultado bom, consequência de uma atuação convincente. O Grêmio não tem um grande time, nem mostra um trabalho exuberante. E dá sinais de que, mesmo neste contexto, progredindo a passos de tartaruga, chegará ao objetivo de retorno a primeira divisão. E este é realmente o ponto importante. O Grêmio vai subir!
Falta um time qualificado, faltam peças, e o treinador ainda não o encontrou o esquema ideal. Talvez estes aspectos fiquem em segundo plano. O fato é que o Grêmio conseguirá estar entre os quatro primeiros e, portanto, atingirá o único objetivo realmente relevante nesta temporada. Depois…bem, depois uma implosão precisará ser feita neste modelo de gerir futebol. O Grêmio precisa começar do zero. Trocar quase tudo, do modelo de comando do futebol, ao vestiário, comissão técnica e dirigentes.
Em paralelo à disputa da Série B, os bastidores começam a tratar da eleição e consequente sucessão do presidente Bolzan. Pelo menos por estes tempos dois nomes surgem com mais força: Odorico Roman, vice de futebol à época do tri da Libertadores, e Alberto Guerra, ex-diretor de futebol. O curioso é que são dois nomes de oposição. A gestão Bolzan não dá sinais de que terá representante. Quando o futebol fracassa este tipo de situação é comum.
Inter: agora, foco no Brasileiro!
Depois de uma épica classificação na Sul-Americana, o Inter encara nesta segunda-feira o América, pelo Campeonato Brasileiro. A torcida está empolgada pela reação diante dos chilenos do Colo-Colo, uma virada espetacular, que fortalece o grupo de jogadores e o trabalho de Mano Menezes. Mas o Inter não pode vacilar na competição nacional e minimamente precisa estar na condição de brigar por vaga na Libertadores 2023.
A direção colorada sonha com alto nesta temporada. Pensa que chegou o momento da conquista de um título significativo. Mas o fato é que o time ainda precisa ser qualificado. Há a necessidade de busca de um centroavante de primeira linha, posição que o grupo tem carência escancarada. Com a chegada de um camisa 9 realmente inquestionável o Inter coloca sua equipe em outro patamar.
O momento épico vermelho
A retomada da classificação na Sul-Americana marcou uma página inesquecível na história do Beira-Rio. Depois de estar perdendo por 3 a 0 na combinação de resultados, o Inter virou para 4 a 1 no segundo jogo e chegou à vaga. Foi um momento mágico! E situações deste tipo também servem para criar um ambiente favorável e saudável na relação time-torcida. Há progressos evidentes no trabalho de Mano Menezes e a expectativa é favorável. O Inter não deve se entusiasmar excessivamente. Torneios sul-americanos, de mata-mata, costumam ser traiçoeiros. Talvez aquela partida com atuação ruim em Santiago, no Chile, possa ter ensinado isso ao grupo colorado.