O meio de campo está embolado. O centromédio não acha o centroavante, muito menos os laterais e ponteiros. Essa pode ser a descrição dos preparativos da próxima eleição ao Governo do Estado do Rio Grande. Candidatos e pré-candidatos somam doze, mas há uma espera pelo candidato aquele que renunciou e que quis ensinar aos gaúchos a espelharem-se em nossas façanhas.
Sim, é do Governador Leite que estou falando. Aquele que na campanha eleitoral prometeu que não concorreria a reeleição, como também não privatizaria CEEE, CORSAN e demais congêneres. Ufa, que o diga seu vice e hoje governador Ranolfo Vieira Junior. Nesta ultima segunda-feira (13/6), o governador confirmou a disputa ao cargo renunciado há 45 dias.
Palavras … Palavras…
No Rio Grande do Sul se fala em compromisso, palavra empenhada, acerto de campanha. Mas nada disso perturba o Governador ao renunciar ao seu mandato e ir enfrentar o todo-poderoso João Dória. Perdeu e não conseguiu ser atendido nem no favor que pediu ao contendor para que lhe concedesse uns comerciais na propaganda eleitoral partidária para lustrar seu nome. Dória mandou Leite… para bem longe.
Leite fez que foi, mas não foi e acabou fondo, para lembrar o palavreado de um notório jogador de futebol. Mas o fondo do Governador parece que vai respingar em mais uma vez em Nossas Façanhas. Leite poderá ser candidato ao cargo que ele acabara de renunciar. Será apenas apego de poder ou ele aposta na sua juventude e na capacidade de improvisar inusitadas saídas políticas? O campo do Governador, a centro-direita, está dividido. A esquerda está dividida. A direita está dividida. Ora, quem ganhará essa eleição que larga sem favoritos? Tantos querem, mas só um ganha. Muitos apostam no que Leite pode recolher de benefícios eleitorais de sua gestão e que, confirmado candidato, largaria como favorito.
Veremos…
Ele tenta atrair o deputado emedebista Gabriel Souza para o seu lado. Considera-o aliado de primeira hora, também protagonista de Novas Façanhas. Mas o MDB não quer que um partido participou de todas disputas após a redemocratização, fique agora em posição secundária. A esquerda trota com alguns pangarés, que também não se entendem. O deputado Edgar Pretto sequer ponteia a preferência da esquerda, que se divide entre Pedro Ruas, do PSOL, que aceita uma composição tendo Lula à frente das considerações. Beto Albuquerque, do PSB, não abre mão da candidatura e diz que se apoia Lula, merece uma contrapartida no Estado. De qualquer forma, conversa com o ex-deputado Vieira da Cunha, que chegou de última hora para tapar o furo deixado pelo natimorto candidato gremista Romildo Bolzan Junior.
E a direita? A direita está dispersa. Dois protagonizam a defesa do Presidente Bolsonaro, seu ex-ministro Onyx Lorenzoni, e Senador Luiz Carlos Heinze. Ambos advogam o privilégio de estar ao lado do Presidente, que acham cavalga célere à reeleição. Ainda tem um novo cristão nem tão novo assim: o empresário Roberto Argenta, que tentou o MDB mas acabou no PSC para acalentar seu sonho.
Na próxima semana, quero tratar do enferruscado quadro para a eleição do próximo Senador do Rio Grande.
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Eleição é vale tudo? Veremos agora, se passar a mágica governamental de reduzir impostos federais, mas também impor reduções dos impostos estaduais, para combater algo que faz o presidente Bolsonaro sangrar nas pesquisas. Os aumentos de gasolina, diesel, gás de cozinha. Os labirintos do Planalto bolaram uma mágica e oferecem um ressarcimento aos Estados de parte das suas reduções. Mas um Governo com credibilidade claudicante, não posso fiar-se na palavra. Os governadores estão chiando…