Começou a temporada das convenções partidárias que indicarão os candidatos deste ano. Além do presidente da República, em disputa nacional, no Estado pleiteiam a vaga de governador pelo menos 12 candidatos; e a de senador, um mínimo de 8 já lançados. Candidatos a deputado federal somam um pequeno batalhão entre 896 (casos todos 28 partidos e federações partidos registrados apresentem nomes), caindo, então, para 704 candidatos se o número de partidos e federações for o mais provável, de 22. O mesmo raciocínio vale para um batalhão ainda maior de deputados estaduais: de 1.568 a 1.232 candidatos, respectivamente.
Para mais ou para menos, o fato é que esse batalhão vai se transformar imediatamente em exército. Um exército eleitoral. Envolvidos direta e indiretamente nas eleições estarão 2.645 juízes, apenas os de primeira instância, ressalvando-se os estaduais e federais, dos Tribunais de recurso; 2 milhões de mesários. Ainda não se pode contabilizar, mas quando começa uma campanha deflagra-se imediatamente uma roda de trabalho e de custos quase intermináveis. São funcionários de partidos às centenas, jornalistas, gráficos e gráficas, estúdios de televisão com equipes de fotógrafos, cinegrafistas, diretores de cena, redatores e os notórios marqueteiros, que pipocam nesta época.
As convenções começam no dia a 20 de julho e vão até 5 de agosto. O PL abre os trabalhos no dia 22, homologando a candidatura do deputado federal Onyx Lorenzoni a governador. No sábado seguinte, dia 22, passam o PSB, com a candidatura de Beto Albuquerque. Também no sábado, o Republicanos, em ato na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, apresenta nominatas apenas à eleição proporcional, mas apresenta na majoritária o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O Novo, que tem como pré-candidato Ricardo Jobim, fará a convenção no mesmo dia, em chapa completa.
No dia 24 de julho, está agendada a convenção do PT, que tem como pré-candidato ao Piratini o deputado estadual Edegar Pretto. No mesmo dia, o Psol indica o vereador Pedro Ruas como candidato. O PSC vem com o nome do empresário Roberto Argenta.
No dia 30 de julho devem ocorrer três encontros: PDT, PP e União Brasil. O PDT tem como pré-candidato o ex-deputado estadual e federal Vieira da Cunha. O PP, que definiu sua chapa há mais de dois meses, consagrará o deputado federal Luís Carlos Heinze (PP), ao Governo, trazendo a vereadora Tanise Sabino (PTB), para vice-governadora, e a também vereadora da Capital, nos cargos de governador e vice; e Nádia Rodrigues Gerard, a Comandante Nádia, como candidata ao Senado.
O União Brasil já anunciou essa semana que apoiará Eduardo Leite (PSDB). É apenas um indicativo porque há forte movimento no MDB, pressionado pela cúpula nacional, de apresentar o pré-candidato Gabriel Souza, deputado estadual, a vice de Leite. O MDB confirma a coligação que evento no dia 31 de julho, que promete discursos inflamados e acusações dos pró-Leite ou pró-candidatura própria. No mesmo dia, o PSDB confirmará o ex-governador Eduardo Leite como o nome do partido na disputa ao Piratini. Na mesma data ocorrerá o encontro do PTB, que deverá optar pelo apoio a Leite e referendar suas nominatas.
O PSD realizará o seu encontro no dia 1º de agosto. Até o momento, o partido apresentou o nome da ex-senadora Ana Amélia Lemos na disputa ao Senado. Há, no Podemos, um forte indicativo para convencer Lasier Martins a buscar uma candidatura ao parlamento federal. Ele resiste e pode acabar numa candidatura com poucos recursos e exíguo tempo de rádio e televisão.
As datas das convenções
- 22 de julho: PL
- 23 de julho: PSB e Republicanos e Novo.
- 24 de julho: PT, PSol e PSC
- 30 de julho: PDT, PP, União Brasil e PSTU.
- 31 de julho: MDB, PSDB e PTB.
- 1º de agosto: PSD
As 07 dicas para quem faz as convenções evitar surpresas e impugnações
As convenções são tão decisivas para partidos e candidatos que o zelo na sua realização significa, por vezes, a homologação das próprias candidaturas e até o reconhecimento legal em caso de vitória. Por isso, a advogada eleitoral Adriana Boniatti alinha algumas recomendações que devem ser observadas:
#01 É nas convenções que se dá o desfecho de uma etapa crucial da vida partidária, a deflagração oficial da corrida eleitoral. O que acontece na largada pode definir a demais etapas da disputa.
#02 Além da responsabilidade pelas ações das suas agremiações, os partidos têm, nesta hora, um compromisso de transparência com a democracia e as instituições que a garantem. É hora de demonstrar competência, organização e preparo.
#03 É importante que as atas de todas as atividades estejam em dia, devidamente assinadas para que a Justiça Eleitoral possa reconhecê-las.
#04 A forma de convocação determinada pela Justiça para cada caso é fundamental e pode variar conforme características específicas de cada núcleo partidário: edital, notificação, publicação na imprensa, na justiça eleitoral.
#05 Não é raro que a Justiça aponte, tão logo encerrado o período das convenções, erros de forma que podem, eventualmente, resultar na inviabilidade de candidaturas. Tais falhas podem ser apontadas por qualquer cidadão ou em nome de outros partidos, ou ainda evidenciadas no período de prestação de contas. Nesses casos, uma simples falha pode impedir que um candidato eleito nas urnas chegue à diplomação e, assim, fique sem exercer o esperado mandato eleitoral.
#06 Os dirigentes partidários devem observar com rigor prazos, registros, quórum para instalação e deliberação. Precisa-se cumprir regras para a coleta de votos; de forma aberta, secreta ou mediante aclamação.
#07 Se você é candidato ou dirigente, não deixe de repassar, com seu partido, cada item das normas expedidas pela Justiça Eleitoral. Consulte seu advogado ou departamento jurídico. Um bom mandato começa assim, andando junto com a transparência e a legalidade.