- Adoro fazer aniversário. Adoro comemorar o dia do meu nascimento. Não entendo quem foge do mundo nesse dia. Será que acha que o tempo vai esquecer de passar?
- Nascida numa quarta-feira de cinzas, uma coisa é praticamente certa nas minhas celebrações: vai fazer calor.
- Abro presentes que recebo na hora que recebo. Não me interessa o que digam os manuais de etiqueta, acho que é a melhor maneira de prestigiar o trabalho que a pessoa se deu para escolher uma lembrança.
- Outro dia cruzei com o bolo dos meus três anos: tinha Mônica e Cebolinha, a carruagem da Cinderela e alguns outros vários elementos lúdicos sem licenciamento. Sincrético, para dizer o mínimo.
- Poucas vezes tive “crise de idade”. O mais perto disso foi aos 35 anos, depois de uma tentativa fracassada de engravidar por tratamento, senti que estava ficando sem tempo.
- A festa dos meus 38 anos foi carregando a barriga da minha filhota. Foi uma das melhores que tive até hoje.
- Detesto cortar bolo de aniversário. Adoro soprar velas. Durante a pandemia, achei que nunca mais sopraríamos velas em cima de bolos. Ainda bem que eu estava errada.
- Minha maior alegria no meu aniversário de cinco anos de idade: eu enchia uma mão!
- Para comemorar meus 10 anos, minha mãe e eu fizemos copos de gelatinas coloridas. As fotos deixam claro que a festa estava animada, mas a minha maior lembrança é da função dessas preparações.
- Quando cheguei aos 30, alma velha que sempre fui, tive a sensação de ter chegado à idade que sempre quis ter na vida.
- Meu pai morreu dois dias depois de eu completar 22 anos de idade. Eu não me lembro de fazer 22 anos.
- Meus 15 anos foram celebrados com a minha melhor amiga de adolescência, que era dois dias mais nova do que eu. 35 anos depois, ela continua sendo dois dias mais nova do que eu. (Eu tento, mas não resisto a fazer essa piada.)
- Só uma vez fizeram uma festa de aniversário surpresa pra mim. Eu descobri muito antes dela acontecer e fiquei dias tensa com medo de não conseguir fingir surpresa. Não lembro como foi. O trauma foi grande.
- Ano passado, perguntei ao meu marido a idade que tinha um conhecido que havia morrido de maneira trágica. “Acho que uns 50”, foi a resposta. Repliquei: “Imagina, ele tinha no máximo dois anos mais do que eu!”
- Esta é a minha última coluna antes dos 50 anos, que completo no próximo dia 20, e admito que estou monotemática. Mas são CINQUENTA anos. Meio SÉCULO! Me deixa.
- Aliás, me poupe do etarismo de qualquer espécie. Nem do tipo “velha demais para fazer/pensar/usar/querer” qualquer coisa, muito menos do tipo “minha idade não me define”. Vamos respeitar os milhares de dias que me trouxeram até aqui!
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