As novas gerações não conhecem a gravidade da paralisia infantil, da rubéola, do sarampo ou da meningite meningocócica. No entanto, sabem que a gripe causada pelo vírus influenza e a COVD- 19 matam e que as vacinas salvam vidas.
Estamos em uma sociedade plural em constante transformação e cabe ressaltar que suas práticas cotidianas impactam no processo de saúde, adoecimento e morte. Porém, existem as vacinas capazes de proteger a população de determinadas doenças.
Ao poder púbico cabe o planejamento para garantir equidade aos serviços de saúde através do acesso universal e oportuno para a vacinação da população, em especial a periférica e quilombola, que em sua maioria é composta por pessoas negras. É necessário que os governos se comprometam com os princípios da solidariedade e cooperação humana.
Ações como acesso facilitado às unidades de saúde com transporte de qualidade, funcionamento dos serviços de vacinação em turno estendido, organização de eventos de vacinação em parceria com as secretarias de educação e cultura, parcerias que fortaleçam a ancestralidade negra como as escolas de samba e clubes sociais negros, poderiam mudar o quadro atual se pensadas e efetivadas de forma regular.
Equidade no acesso é também romper a barreira da desinformação, pois a era das fake news propagam informações de discurso antivacina, colocando a vida das pessoas mais vulneráveis em risco.
Um novo movimento ressurge para reconstruir a compreensão da população sobre a valorização de uma prática exitosa que eliminou e erradicou doenças no mundo. Estabelecer redes de apoio à vacinação de forma democrática e participativa, com o engajamento dos atores sociais capazes de multiplicar a informação científica sobre os benefícios da vacinação.
Como enfermeira sanitarista, pesquisadora dos aspectos relacionados à vacinação da população brasileira, afirmo que é necessário o engajamento de todos os setores da sociedade em prol de uma frase construída pelos movimentos sociais pró-vacinação: vacinas salvam vidas.
Em um mundo tecnológico, a tecnologia do diálogo que informa a verdade precisa reencontrar o seu lugar de protagonismo de promoção da vida.
O Ministério da Saúde considera que o Programa Nacional de Imunizações é propriedade da sociedade civil, é um patrimônio a ser restaurado por cada um dos profissionais da saúde e da população brasileira.
Temos experiências positivas para aperfeiçoar, mas temos uma importante tarefa que é apreender significativamente a atenção de jovens, mães, pais, responsáveis, trabalhadores e também favorecer o acesso de comunidades periféricas às ações de vacinação.
Nesse contingente de pessoas fundamentais na preservação da vida, é importante mencionar a participação dos profissionais de enfermagem no papel de vacinadores. Esses agentes são fundamentais para a vacinação segura e para o acolhimento à população. Milhares de profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde, majoritariamente.
Zelamos todos pela vida e pela constituição de uma forma de pensar e agir baseada na prevenção.
Falando em prevenção:
-Você está com as suas vacinas em dia?
-Você sabe onde está o seu cartão de vacinas?
Saiba mais sobre os calendários de vacinação AQUI.
*Gisele Cristina Tertuliano é Enfermeira, Cientista Social, Doutora em Saúde Coletiva.