Vamos dar as mãos?
Vamos cooperar, vamos sair da zona do Euempreender?
Convite, este texto se trata de um convite, para rever todos os seus processos internos e externos, sua lógica diária de estar consigo, para deslocar-se do lugar de decidir, gerir, pagar, organizar, vender, comunicar, atender e, ufa, quantos verbos conjugados no infinitivo.
Se eu te contar que hoje, cada vez mais, o mundo do trabalho está sob dois olhares: um foco na força de trabalho cada vez mais externa – sim, belíssima análise para a pejotização, para a onda liberal da conversão de empreendedores, de um crescente número de “mei” e o outro de que as empresas permanecem com os olhos no controle, na subordinação e nos direitos de férias e décimo terceiro.
É sério.
Juro de dedinho que essa preocupação está sendo de quem te contrata para fazer um serviço que dura muito além do prazo ajustado.
Cultura organizacional, governança, gestão de pessoas, você pode dar a nomenclatura que quiser, mas as empresas não estão preparadas para lidar com outras empresas, não sabem abordar, não sabem se relacionar.
Todo mundo está falando sobre rede de negócios e sobre ecossistema de trabalho, sobre maneiras, modelos, formatos de organização.
Vamos voltar a você, minha empreendedora solo.
O número de mulheres donas de negócios no Brasil chegou a 10,3 milhões, segundo a pesquisa Empreendedorismo Feminino 2022, realizada pelo Sebrae com dados do IBGE. Sendo que 9 em cada 10 continuam tocando seus negócios sozinhas.
Você já provou ser uma força. Seu espírito empreendedor, sua determinação e sua capacidade de superar desafios são inspiradores. No entanto, mesmo as empreendedoras mais talentosas e resilientes podem se beneficiar da colaboração com outras mulheres empreendedoras.
Imagine o que vocês poderiam realizar juntas. Duas mentes criativas, duas visões únicas, trabalhando em harmonia para alcançar um objetivo comum. A colaboração não é apenas sobre dividir o fardo; é sobre multiplicar as oportunidades.
Ao se unir a outra mulher empreendedora, você não apenas compartilha recursos e conhecimentos, mas também abre portas para novas possibilidades e expansão de horizontes.
Porém, a colaboração vai além dos benefícios tangíveis. É também uma oportunidade de construir relacionamentos significativos e duradouros.
Para começar, exercite o direito de terceirizar parte do que você faz, dentro de tudo que implica e está no seu EUempreender, o que você mais gosta e sente prazer, mas principalmente, pesquise coletivos.
Em estudo sobre empreendedoras, Ana Carolina Machado Fernandes traz, a partir da escuta das empreendedoras, que: “É possível identificar que essas redes cumprem um papel de colaboração, ajuda mútua, e podem proporcionar também outras parcerias mais profissionais que envolvem uma troca com atuação mais focada no lado mercantil do negócio. Em algum sentido, as redes descritas evidenciam um circuito de trocas materiais e simbólicas onde circulam afetos, cuidados, estímulos, saberes, dicas, presentes, crianças, amigos, filhos e filhas, e produtos, clientes, serviços”.
Neste mundão de competição acirrada, descendentes e ainda internalizadas dos ensinamentos de que trilhar o caminho sozinha você poderia alcançar o sucesso, para mulheres empreendedoras, a colaboração não é apenas uma opção, é uma necessidade vital que pode fazer toda a diferença entre o fracasso e o sucesso.
Eu vejo isso, todo dia, no escritório, cada encontro de astros, um novo universo de oportunidades.
Trocar competição pela colaboração, porque juntas somos mais fortes.
Slogan de publicidade, parece né? Mas não é.
Não deixe o medo ou a hesitação impedi-la. Ninguém vai copiar o que você faz e se copiar, nunca será da forma e do jeitinho que você faz.
Confie em si, no seu instinto de empreendedora.
Separadas, vocês lutam contra os mesmos obstáculos que surgem no caminho, juntas, compartilham seus conhecimentos, experiências e recursos.
A colaboração vai além dos benefícios tangíveis para os negócios, elas se tornam mais do que simplesmente parceiras de negócios.
Não tenham medo de buscar parcerias, de compartilhar suas ideias e de unir forças com outras mulheres empreendedoras.
Porque quando mulheres empreendedoras se unem, não há limites para o que podem realizar.
*Chris Baladão, bicho raro, formada e por coração advogada, na época em que o curso levava sociais em seu nome, escritora por necessidade de expor a palavra, bailarina porque o corpo exige, professora porque a experiência da vida precisa ser compartilhada.
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