“Poemo-Me – Poemas de amor e desamor próprio” (Editora Piú, 2024), livro que Paula Taitelbaum lança no dia 3 de agosto, entre 17h e 19h, na Livraria Clareira (Rua Henrique Dias, 111 – Bom Fim), é uma coletânea preciosa de poemas do seu primeiro livro, quando ainda era bem jovem, “Eu versos Eu”, agora revisitados, revisados e atualizados. No entardecer de autógrafos e, certamente, de bons encontros, teremos também um pocket show com Oly Jr. que musicou alguns poemas.
“Lágrima na janela / É o tempo que chora / Lá fora”
As ilustrações, criadas especialmente para esta edição, intensificam os significados das palavras. Paula optou por uma técnica bem livre, com uma só cor, o vermelho, lembrando desenhos rabiscados em cadernos, quando o tédio toma conta da gente. Mas o uso do vermelho não é por acaso, não! Para a autora, “é a cor da paixão, do sangue que pulsa em nossas veias e remete ao fogo que tem o poder de transformar”. O livro traz versos que falam de amor, da busca pelo amor, da paixão e suas faces ardentes ou platônicas, “do amar-se e do desamar-se em frente ao espelho”. Atenta à diversidade e à inclusão, a editora disponibiliza o livro também nos formatos digital e áudio.
“Poeamar” é um verbo criado por Paula para dar nome ao livro e demonstrar o amor através da poesia
O amor por alguém, por algo ou por ela mesma, como diz o subtítulo: “poemas de amor e desamor próprio”. Mas não é apenas isso. Os poemas escritos pela autora aos vinte e poucos anos falam dos diferentes conflitos da juventude. Poemas curtos, às vezes com uma só frase. Poemas longos, que apresentam anáforas nas repetições de verbos como “corria”, “vejo”, “quero”, enfatizando a ação. E poemas que apresentam figuração, dando voz e vez a objetos como um balão, um relógio ou mesmo um controle remoto. Refletem também sobre as relações virtuais e questionam as distâncias impostas pela pandemia do coronavírus.
“ULTIMAMENTE / Eu mais acaricio tela / Do que gente”
É um percurso atual e instigante por diferentes figuras de linguagem, ritmos e rimas. “Versos curtos e cortantes ou longos fio-versos que se desenrolam do novelo do cotidiano e do próprio sentir”. Forma e conteúdo de mãos dadas para despertar mais sensações. Paula coloca rostos expressivos em abóboras, em bolsas e em balão para enfatizar sentimentos presentes nos poemas. Em outros momentos, os desenhos parecem enfeites. “As imagens são carregadas de significados, como se fossem tatuagens tribais que, com seus signos, representam o vento, os buracos, os sonhos”.
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Conheço muito a Paula dos livros infantis, também poéticos, desde “Bichológico” (Piu, 2016), passando por “Pra que serve um dedo” (Piu, 2017) até “Cadê Cadê” (Piu, 2023). Sempre que possível Kixi, minha prima, e eu levamos os netos dela, Joaquim e Flora, filhos da Luana Alves, para as sessões de autógrafos e presenteamos crianças da família. A escrita de Paula passa pela infância, pela adolescência, pela juventude, pela idade adulta, sempre poética. É uma autora apaixonada, com certeza! E espalha essa paixão com palavras.
“A melhor sobremesa? / Doces olhares a se cruzarem sobre a mesa”.
Foto da Capa: Divulgação
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