Nós, seres humanos, nos sabotamos muitas vezes por não conhecermos e não entendermos, de fato, como nossa mente funciona.
Acredito que seja de suma importância este conhecimento até para usá-lo de forma a atingirmos objetivos, definirmos metas, obter crescimento pessoal, profissional, financeiro, livrando-nos de uma mentalidade limitada e de escassez em que vive uma parcela significativa das pessoas.
A mente humana atende àquilo que verdadeiramente acreditamos ou pensamos. Isso chama-se crença.
Existem dois estados atribuídos à mente humana: o consciente e o subconsciente, sendo que este possui um poder criativo extremamente grande. O problema reside no acesso a este poder, o que vem ao encontro do que comentei sobre o nosso desconhecimento sobre como fazer isso.
A curiosidade me levou a buscar compreender porque certas situações me pareciam estranhas, uma vez que colocava grande quantidade de energia em um trabalho ou projeto e não alcançava o resultado desejado. É claro que nem sempre dá certo, que existem outras variáveis, ou não sei fazer do modo correto, ou surgem imprevistos, ou dependo de outras pessoas, etc.
Não!
É aí que verdadeiramente começam as crenças limitantes. Note que quando falo que “nem sempre dá certo” e que “dependo de outras pessoas”, “não sei fazer do modo correto”… tudo isso nos coloca em um estado de incerteza e de transferência de responsabilidade.
“Somos o que pensamos”, como diz Joseph Murphey, em O Poder do Subconsciente, e este pensamento tem o poder de transformar o que fazemos para o bem ou para o mal, porque nossa mente não faz distinção entre um e outro.
É importante percebermos as situações, contextos, circunstâncias, bem como lermos, estudarmos, nos informarmos, mas isso não basta. Nosso cérebro nos sabota. Ele não quer gastar energia, não quer que saiamos da nossa zona de conforto. Por isso, muitas promessas de início de ano não dão resultado, nada acontece, nada se realiza. É fundamental colocar em prática o que pensamos para termos resultados.
Outro exemplo de crenças limitantes tem origem na família, na escola, na igreja ou outra forma de associação em que um grupo de pessoas com crenças diversas estão inseridas.
Se você ouve a todo momento, sobretudo na infância, que dinheiro não cai do céu, não dá em árvore e que é preciso dar duro para ganhá-lo, certamente você criará crenças limitantes. Se verdadeiramente acreditar que pessoas bem-sucedidas são perversas, desonestas e ambiciosas, e que as desfavorecidas economicamente são as que têm caráter e são boas, você não vai desejar as características dos que são dos ricos, mas aceitará as de pessoas pobres. Ou seja: você não vai querer se transformar naquilo que critica e estará jogando fora a possibilidade de prosperar econômica e socialmente.
De acordo com Harv T. Eker, em O Poder da Mente Milionária, essa é a primeira influência do processo de manifestação da programação verbal, instalado no subconsciente da maioria das pessoas que não conseguem um bom resultado financeiro ao longo de suas vidas e que precisam quebrar este paradigma.
Mas voltemos à origem das crenças. Alguns cultos religiosos pregam que ter bens, ser rico e financeiramente estável, é algo inaceitável, uma característica negativa. Dessa forma, todos nessa condição passam a ser vistos como pessoas que não praticam o bem, que são desprovidas de fé e de amor no coração. Importante dizer que as crenças limitantes podem ser passadas à frente, ou seja, você pode acabar adquirindo essa “maldição” se pertencer a um grupo que pensa de forma equivocada sobre riqueza, fortuna e prosperidade e acabará pensando como este grupo, até por questões de pertencimento, o que corrobora com a fala de Joseph Murphey.
Esse conhecimento é muito importante para ser difundido e utilizado por empreendedores pretos que, em algum momento de suas vidas, receberam de seu círculo familiar ou de convívio, crenças limitantes que os colocaram em situações de escassez e de limitação de acesso à abundância. É possível – e necessário – quebrarmos mais estas correntes.
Não é um processo fácil, mas é viável através da persistência e da resiliência. Não se trata de uma mudança, mas, sim, de uma transformação, porque a mudança pressupõe que possa haver um retorno ao estado anterior, diferentemente da transformação em que o retorno ao estado anterior não é mais possível.
Acredito que para haver uma evolução, seja ela financeira, profissional ou pessoal, crenças que não nos permitam alterar a forma de pensar devem ser superadas, substituídas ou transformadas para que nos permitamos experimentar outro olhar sobre nossas vidas. Eu estou nesse processo, mas ainda tenho muito a aprender.
Luis Leandro Natel é pai do Andrey e da Natália, filho do Nilton Natel e da Dona Zilá, engenheiro eletricista e CEO da Oorun Solar de Porto Alegre. Associado Odabá Afroempreendedorismo. Instagram - @oorunsolar
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