Passei o último fim de semana em Paris. Apesar de já ter estado por lá algumas vezes, é o tipo de lugar que a cada visita vê-se uma cidade diferente.
Uma das vantagens de morar na Europa é o poder usar e abusar das passagens lowcost. Comprando com antecedência, é possível viajar por valores bem baixos. Depois, é só reservar o hotel e, com a possibilidade de cancelamento sem custo, está feito o plano para fugir da rotina. E como estas escapadas são boas!
Estava frio e nublado durante a maior parte do tempo, mas teve um dia de céu muito azul. Lindo! Inverno em Paris com sol é um presente.
Repetimos os pontos turísticos de sempre, caminhamos bastante. Fazer Paris a pé é um desafio, porém, é a melhor forma de descobrir cantinhos novos se aventurando em ruelas. Há sempre um Café, um Bistrô ou uma banca na praça.
A cidade estava vestida de Natal. Luzinhas em todas as árvores, edifícios e ruas. As vitrines vermelhas e verdes, o cheiro de castanhas assadas e as feiras que parecem vilas encantadas. Um vai e vem de pessoas de todas as partes do mundo.
Tomamos vários cafés em pausas necessárias para fugir da chuva e bebemos vinho para aquecer o corpo. E teve croissant em boulangerie, teve crepe em banca de rua com chocolate quente. Baguette fresquinha, daquelas enormes, sentados na escadaria da Sacré Couer e com a vista linda da cidade, com um artista de rua no fundo cantando e tocando.
A viagem desta vez teve um gostinho especial. Fui com meu filho do meio. Só eu e ele, e à convite com o dinheiro que ganhou do primeiro salário. Ele já tinha estado em Paris, mas era muito pequeno. Quis voltar e me levou junto. Eu amei, lógico. Como é gratificante ver os filhos crescendo e se tornando independentes!
Revisitamos o Louvre e vimos uma exposição linda do Picasso no Centro Georges Pompidou.
Caminhámos pelas alamedas do Cemitério do Père-Lachaise e vimos as sepulturas de Allan Kardec, Édith Piaf, Modigliani e Jim Morrison, entre milhares de outras desconhecidas, mas de alguma maneira familiares. Em muitos momentos, dizíamos conhecer aqueles sobrenomes, sendo que já deveríamos ter ouvido falar mesmo: afinal, Paris já foi o centro do mundo. Nada que o Google não confirmasse.
Diferente das outras vezes, a cidade estava surpreendentemente limpa, mas ainda com seus habituais ratinhos correndo aqui e ali.
Depois de um dia inteiro, nada melhor do que entrar num bom restaurante. Foi o que fizemos todos os dias. E cedo. Andar dá fome, no inverno ainda mais. Boa comida francesa e vinho regional.
Para quebrar o “protocolo”, em uma das noites fomos conhecer o Kodawari Ramen, um restaurante japonês que tem um lugar de destaque no guia Michelin.
Quase claustrofóbico, o ambiente recria as ruas de Tóquio. A sonorização completa a experiência.
Faltou entrar na Catedral de Notre-Dame. Só passar na frente dá uma certa tristeza. As obras continuam a um bom ritmo após o incêndio de abril de 2019, porém a reconstrução só deve terminar mesmo no final de 2024.
Já a visita no Georges Pompidou também me deixou um pouco nostálgica. O Centro, inaugurado em 1977, vai fechar durante cinco anos para reforma. Além do desgaste do prédio, um dos motivos é a grande quantidade de amianto da construção.
Mas Paris será sempre Paris.
Ano que vem a cidade receberá as XXXIII Olimpíadas da era moderna e será um bom motivo para voltar, afinal a capital da França redescobre-se em cada regresso.
Voilà!