Você sabe quem foi Rafael Viñoly (1944-2023)? Se fosse uruguaio ou argentino, talvez soubesse, como um paulistano até pode saber quem foi Paulo Mendes da Rocha (1928-2021). O leitor não se acanhe se não sabe de quem se trata. No Brasil, Viñoly é pouco conhecido até mesmo na academia. Uns poucos professores de arquitetura o conhecem e saberiam citar obras que fazem parte da ampla produção arquitetônica deste personagem, falecido na quinta-feira, 2 de março passado, vítima de um aneurisma, no Hospital Presbiteriano de Nova Iorque.
O arquiteto, escritor e crítico romano Bruno Zevi (1918-2000) escreveu no livro “Saper vedere l’architettura (Saber ver a Arquitetura)”, de 1948, no capítulo introdutório intitulado “A ignorância da Arquitetura” que:
“O público se interessa por pintura e música, por escultura e literatura, mas não por arquitetura. O intelectual que se envergonharia de não conhecer um pintor do nível de Sebastiano del Piombo e empalideceria se o acusassem de ignorar um quadro de Matisse ou uma poesia de Éluard, sente-se perfeitamente à vontade ao confessar não saber quem é Buontalenti ou Neutra. Os jornais dedicam colunas inteiras a um novo livro de Koestler ou a uma exposição de Burri, mas ignoram a edificação de um novo palácio, ainda que seja obra de um famoso arquiteto. E, se todos os jornais que se prezam têm um noticiário sistemático de música, de teatro, de cinema e pelo menos uma coluna semanal sobre as artes, a arquitetura continua a ser a grande esquecida pela imprensa (…).
Todavia (e aqui começam as apologias), qualquer um pode desligar o rádio e abandonar os concertos, não gostar de cinema e de teatro e não ler um livro, mas ninguém pode fechar os olhos diante das construções que constituem o palco da vida citadina e trazem a marca do homem no campo e na paisagem.
O desinteresse do público pela arquitetura não pode, contudo, ser considerado fatal e inerente à natureza humana ou à natureza da produção de edifícios, de tal forma que tenhamos de nos limitar a constatá-lo. Existem sem dúvida dificuldades objetivas, e uma incapacidade por parte dos arquitetos, dos historiadores de arquitetura e dos críticos de arte para se fazerem portadores da mensagem arquitetônica, para difundir o amor pela arquitetura, pelo menos entre a maioria das pessoas cultas (ZEVI, 2009, p. 1-2)”.
Claro que de 1948 para cá, a situação melhorou. Alguns jornais, de vez em quando, abrem espaço para a arquitetura. No Rio Grande do Sul, nas últimas quatro décadas, graças aos professores e pesquisadores, na quase totalidade vinculados à academia, a arquitetura da região meridional tem sido estudada. Hoje, alguns porto-alegrenses já sabem quem foi Theodor Alexander Josef Wiederspahn (1878-1952), mais conhecido por Theo. Para surpresa do articulista, um motorista de taxi seu conhecido, ao puxar assunto, demonstrou que conhecia as obras mais importantes deste arquiteto alemão, radicado em Porto Alegre. Percebe-se que este tipo de informação se capilarizou e começa a envolver setores da sociedade que ultrapassam o restrito meio dos arquitetos.
Um dos objetivos de ocupar este espaço é jogar algumas luzes sobre a arquitetura latino-americana, brasileira, regional e local. Então, quem foi Rafael Viñoly?
Rafael Viñoly Beceiro nasceu em Montevidéu, no dia 1º de junho de 1944, filho do diretor de cinema e teatro uruguaio Román Viñoly Barreto (1914-1970) e da professora de matemática Maria Orfelia Beceiro. A família mudou-se para Buenos Aires, onde radicou-se. Esperava-se, até os seus vinte anos de idade, que viesse a ser um músico. Um pianista. Mas Rafael estudou na Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo de la Universidad de Buenos Aires (FADU-UBA), diplomando-se, em 1968. No ano seguinte concluiu, na mesma instituição superior de ensino o seu mestrado. Antes de formar-se, em 1964, foi incorporado a um escritório de arquitetura, com outros seis colegas, que se tornaria um dos mais importantes da América Latina. Trata-se do escritório MSGSSSV ou M|SG|S|S|V, cuja sigla se refere a letra inicial dos sobrenomes dos sócios, Flora Alicia Manteola (1936), formada na UBA (1962); Javier Sánchez Gómez (1936-2020), graduado pela FADU-UBA (1962), Josefina Santos (1931), diplomada pela FADU-UBA (1956), Justo Jorge Solsona (1931), formado pela FADU-UBA (1956); Ignacio Petchersky (?-1971) e do uruguaio Rafael Viñoly. Estes dois últimos tinham sido alunos de Justo Solsona e Josefina Santos. Embora não tivesse vocação para a docência, sua presença foi determinante para a criação de “La Escuelita”, criada em 1976, em Buenos Aires, um núcleo de ensino de arquitetura de grande influência na década de 1980 (LIERNUR & ALIATA, 2004, p. 169).
Assim se consolidou a etapa inicial do escritório, de 1966 a 1972, “onde se realiza uma inovação radical na interpretação dos programas e a geração da forma, com forte influência do grupo inglês Archigram, da arquitetura de sistemas e do metabolismo japonês” (Consejo Profesional de Arquitectura y Urbanismo – CPAU). Desta fase se destacam obras como a remodelação da matriz do Banco Municipal da Cidade de Buenos Aires (1967-1968), na esquina da Calle Florida com Sarmiento, e o Conjunto Habitacional Rioja (1969-1973), na Calle La Rioja, nº 1746, em Parque Patricios, em Buenos Aires.
Para alojar a sede central do Banco Municipal de Buenos Aires, o escritório remodelou a parte inferior de um edifício metálico do início do século XX. Enrique Browne resume o que foi feito: “Desnudaram a estrutura. Projetaram um espaço unificado de diferentes níveis com imagem eficientista (…) com um brutalismo metálico que recorda o inglês. As paredes, pisos e tetos foram revestidas por blocos de vidro iluminados. Os arquitetos conseguiram assim um notável efeito de desmaterialização que recordava, quando a dita iluminação funcionava – à ‘Maison de Verre’ (1928-1932) de Pierre Chareau (1883-1950) e Bernard Bijvoet (1889-1979), em Paris” (BROWNE, 1988, p. 78).
O Conjunto habitacional Rioja (1969-1973) foi construído em uma área pertencente ao mesmo banco, que decidiu construir um complexo de sete torres de alturas variáveis (figura 1) – com 445 apartamentos – interconectadas com passarelas e escadas para facilitar o acesso à habitação com créditos flexíveis para seus empregados. As torres foram ligadas por oito passarelas longas e quatro curtas, ocupadas por unidades de um quarto. Além disso, foram construídas creches, espaços de estar ao ar livre e jogos infantis, e estacionamentos.

Após a morte prematura de Petchersky, se consolidou uma nova etapa do escritório, marcada por grandes obras de relevância nacional. A Argentina organizava o Campeonato Mundial de Futebol de 1978, e o estúdio M|SG|S|S|V, esteve envolvido especialmente com o projeto do Estádio da cidade de Mendoza, hoje denominado de “Malvinas Argentinas”. Desta fase, a obra mais destacada é o edifício-sede do Centro de Produção de Buenos Aires da estatal Argentina Televisora Color – ATC, Canal 7 (1976-1978), localizado na Avenida Figueroa Alcorta, no quarteirão definido ainda pelas Calles Tagle e Austria e pela linha ferroviária Mitre. A obra foi realizada visando a transmissão do Mundial de Futebol. O entorno é marcado por parques e edifícios culturais relevantes, sendo o lote livre das restrições impostas pelo traçado ortogonal, parcelado tradicionalmente, que caracteriza a capital portenha. A ideia foi de dar continuidade ao parque adjacente através de um terraço inclinado de acesso público, sob o qual se situam os escritórios, as áreas de serviço e emergem quatro cubos sem arestas, em concreto armado, soltos e separados – onde ficam os estúdios de gravação – e a estrutura das antenas de transmissão. Na praça elevada, diferentes elementos geométricos compõem o espaço de forma lúdica, convidando ao passeio, como a colunata de acesso, o anfiteatro, o labirinto de silhuetas e os bancos lineares e octogonais. Com isso, a obra dialoga com o entorno. Esta relação ficou prejudicada, logo após a inauguração, quando o terraço foi definitivamente fechado ao público, perdendo o seu sentido urbanístico.
Carlos Salaberry (1943), formado pela FADU-UBA, em 1971, foi incorporado ao escritório em 1976. Logo em seguida, buscando novos desafios, Viñoly se separou da equipe. Com isso o atelier passou a se chamar M|SG|S|S|S. Em 2004, com a entrada de Damián Vinzón (1965), formado pela FADU-UBA, 1989, e a com a saída de Salaberry, a sigla do estúdio voltou a ser novamente M|SG|S|S|V. O ingresso, em 2016, de Alberto Jose Peluso (1955), formado pela FADU-UBA, definiu o grupo atual. A sigla permaneceu.
Na época em que Viñoly encerrava a sua participação no escritório, foi desenvolvido o projeto do conjunto habitacional conhecido como “Terrazas de Manantiales” (1977-1981), em Punta del Este, no Uruguai (figura 2). O terreno do empreendimento, de oito mil metros quadrados, que agrupa noventa e duas habitações de veraneio, como se fosse um pequeno povoado mediterrânico, está localizado numa área adjacente a uma estrada de um lado e ao Atlântico do outro. A volumetria resultante tira aproveita a inclinação natural do terreno e apresenta-se como uma massa compacta e escalonada, isto é, com as habitações sobrepostas umas sobre as outras, voltada para a praia, explorando as melhores vistas e orientações. Este perfil escalonado também proporciona um sistema de inserções, gerando terraços e ampliações.

Browne complementa: “A longa fachada para a estrada é muito hermética e interessante. O jogo de volumes é acentuado pelas diferentes cores dos tijolos. Através de acessos controlados se penetram em ruas de pedestres (abobadadas) que descem na direção de uma praça comum aberta ao mar. Estas são atravessadas por outras transversais (algumas cobertas outras não), com percursos movimentados. Um certo aspecto pitoresco da espacialidade e volumetria interior contrasta com a seguinte firmeza da fachada externa e a clareza do partido geral” (BROWNE, idem, p. 159). Esta circulação transversal, com setores cobertos e outros descobertos, dá acesso a algumas habitações e vai levando a pequenas pracinhas protegidas dos ventos, onde foram implantados comércio e serviços. Sob as habitações situadas nas cotas mais altas do terreno encontram-se os estacionamentos.
Em 1978, Viñoly mudou-se para os Estados Unidos e no ano seguinte foi professor convidado na pós-graduação da área na Graduate School of Design da Universidade de Harvard, estabelecendo-se definitivamente em Nova Iorque. Também deu aulas na Rhode Island School of Design e na Yale School of Architecture. Lá fundou o escritório Rafael Viñoly Architects PC, em 1982, que teria filiais em Londres, Los Angeles, Abu Dhabi e Buenos Aires.
Viñoly projetou importantes obras, especialmente no hemisfério norte. Seu primeiro projeto de grande relevância em terras norte-americanas foi o John Jay College of Criminal Justice (1988), de Nova Iorque. No ano seguinte, venceu o concurso internacional para o Tokio International Forum (1996), obra que lhe deu grande projeção internacional, quando foi reconhecida a sua criatividade e rigor profissional. O Kimmel Center for the Performing Arts (2001), na Filadélfia, o projetou no meio profissional norte-americano. Daí surgiram novas oportunidades, abrangendo uma obra vasta e de variadas escalas, muitas delas tornando-se icônicas onde foram construídas nos mais variados rincões do planeta.
No Uruguai, voltou a realizar alguns trabalhos. Desta sua última fase, é autor do novo terminal do Aeroporto Internacional de Carrasco (2006-2009), da ponte sobre a Laguna Garzón (setembro de 2014 a dezembro de 2015) e do Edifício Acqua (2008), em Punta del Este. Em Buenos Aires, concretizou o Museu Fortabat (2008), para abrigar a coleção de arte da empresária Amalia Lacroze de Fortabat (1921-2012), na Calle Olga Cossettini, nº 141, no Puerto Madero. Nestas derradeiras obras platinas, Viñoly contou com Carlos Salaberry, que dirigiu a filial do seu escritório na região.
A estranha ponte circular liga os departamentos de Rocha e Maldonado, possui 103 metros de diâmetro e 323 metros de comprimento. Foi construída para substituir as balsas que transportavam apenas dois automóveis por vez, melhorando a comunicação entre as praias de La Paloma, Punta del Diablo e Cabo Polônio, em Rocha, com os balneários de José Ignacio, Punta del Este e até mesmo com Piriapolis. Antes o trajeto normalmente era feito pela Ruta 9. Com a ponte, criou-se uma opção nova pela Ruta 10, por onde aprecia-se o oceano atlântico. Desde 1976 a Laguna Garzón faz parte da reserva da biosfera denominada de Bañados del Este, e a partir de 1977, da Laguna de José Ignacio, Garzón y Rocha, fazendo parte. Desde 2014, faz parte do Sistema Nacional de Áreas protegidas (SNAP). A explicação para o traçado da ponte é a diminuição de velocidade para que se aprecie a paisagem. Sua execução foi viabilizada através de uma parceria público-privada. Custou onze milhões de dólares. O empresário Eduardo Constantini, fundador do Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (MALBA) investiu na obra, dividindo seus custos com o governo uruguaio. A inauguração ocorreu em 22 de dezembro de 2015.
O Edifício Acqua (2008) encontra-se na principal rodovia à beira mar, na Parada 19, na Praia Brava, em Punta del Este, Departamento de Maldonado (figuras 3 e 4). É um complexo residencial em forma de “L” de seis pavimentos voltado para o mar., com 34 apartamentos de luxo, com 280 a 840 metros quadrados de área. O prédio é escalonado. Na face voltada para o Atlântico, isto é, no eixo principal, o escalonamento proporcionou a criação de piscinas na borda dos diversos pavimentos, de maneira a parecer que a água seja infinita para quem olha para o oceano nos diversos níveis. Esta disposição também minimizou o impacto da sua volumetria para quem o observa da praia. O edifício contém uma variedade de configurações de habitações, cujas áreas de estar e jantar geralmente voltam-se para o oceano. Em algumas, os quartos também têm vistas para o mar. Uma série de terraços, alternadamente em balanço ou recuados no volume do edifício, aportam dinamismo ao exterior e proporciona espaço ao ar livre aos apartamentos. Atravessando ambas alas do edifício ao nível do solo, uma rua conduz às vagas de estacionamento, situados junto aos sete núcleos de elevadores. Uma academia, spa e piscina externa estão disponíveis para todos os residentes.


Sua principal obra da derradeira fase, na região platina, é o novo e espaçoso terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Carrasco General Casareo L. Berisso (2006-2009), na Ruta 101, em Ciudad de la Costa, a leste de Montevidéu (figuras 5 e 6), visando aumentar sua capacidade e impulsionar o crescimento dos negócios e do turismo na região. O projeto dá atenção especial às áreas públicas, atendendo o costume local de despedir-se de familiares e amigos antes de embarcar. Todas as funções se organizam sob uma cobertura levemente curva de 365 metros de comprimento. As zonas de chegadas e de saídas estão separadas em níveis diferentes: as chegadas se encontram no térreo e as saídas no primeiro piso; há acessos veiculares independentes para cada piso. Um terraço público ocupa o segundo andar, acima do nível de embarque, oferecendo vistas da pista e do saguão público principal. Situa-se sobre as salas de embarque. O projeto inclui ainda restaurantes e espaços comerciais e culturais. A ligeira curva e o perfil baixo da grande cobertura branca e monolítica do aeroporto, que parte do nível do solo, com 365 metros de comprimento, lembram a forma de um parapente (paraglider). Embora a solução arquitetônica seja moderna no seu conceito espacial, funcional e estrutural, a cobertura inspira-se, segundo o escritório de Viñoly, nas paisagens da região – fazendo alusão às dunas onduladas vistas ao longo da costa uruguaia – e sua força emana da sua ligação com a topografia envolvente.


Rafael Viñoly fez parte da Sociedad Central de Arquitectos da Argentina, quando trabalhou no país vizinho. Ao mudar-se para os Estados Unidos, tornou-se membro do American Institute of Architects (1993), do Japan Institute of Architects, e, desde 2006, era membro internacional do The Royal Institute of British Architects.
Lienur e Aliata sintetizam a trajetória de Viñoly: “Como mostra o volume e a qualidade da sua obra, Viñoly construiu uma das mais brilhantes carreiras profissionais da história da arquitetura originada na Argentina e é, nesta primeira década do século XXI, uma das figuras mais relevantes no panorama internacional” (LIERNUR & ALIATA, Idem).
Deixou a esposa Diana e três filhos, Román, Lucas e Nicolás. Na sua passagem, a Prefeitura Municipal de Montevidéu se manifestou nos seguintes termos “Pela sua natureza global, o mundo perde um grande criador e pensador de arquitetura. Fica sua obra como legado para as futuras gerações. Da Intendência de Montevidéu lamentamos profundamente a perda do arquiteto Rafael Viñoly”.
Notas:
- BROWNE, Enrique. Otra arquitectura en América Latina. Cidade do México: Gustavo Gili, 1988.
- Comisión de Arquitectura del Consejo Profesional de Arquitectura y Urbanismo (CPAU). Moderna Buenos Aires.
- LIERNUR, Jorge Francisco & ALIATA Fernando. Diccionario de la Arquitectura en la Argentina. Estilos, obras, biografías, instituciones, ciudades. Buenos Aires: Diario de Arquitectura de Clarín / AGEA, 6 Tomos, 2004.
- ZEVI, Bruno. Saber ver a Arquitetura (Tradução: Maria Isabel Gaspar / Gaëten Martins de Oliveira). São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 6ª edição, Coleção Mundo da Arte, 2009, 286 p.
Imagens:
Figura 1 – Conjunto Habitacional Rioja (1969-1973), Buenos Aires – Argentina; Fonte: MSGSSV
Figura 2 – Terrazas de Manantiales (1977-1981), Punta del Este – Uruguai. Fonte: Archdaily / Cortesia MSGSSV
Figura 3 – Edifício Acqua (2008), vista aérea, Punta del Este – Uruguai. Fonte: Vinoly.com
Figura 4 – Edifício Acqua (2008), piscinas com o Oceano Atlântico ao fundo, Punta del Este – Uruguai. Fonte: Archlovers
Figura 5 – Aeroporto Internacional de Carrasco (2006-2009), vista aérea, Ciudad de la Costa – Uruguai. Fonte: Vinoly.com
Figura 6 – Aeroporto Internacional de Carrasco (2006-2009), vista externa do nível superior, Ciudad de la Costa – Uruguai. Fonte: Vinoly.com
Foto da Capa: Vinoly.com