Zemaria > Todos
Olá, grupo, tudo beleza? É pra dar um toque aí na galera: acaba de sair um poema meu no portal Zumbis do Amanhã. Se chama “Rosendo”. Nele toco em uma série de questões que impactarão o futuro, tipo o acirramento dos maus tratos a roedores. Rosendo é um porquinho-da-índia peruano que sofre bullying de seus companheiros animais no interior de uma gaiola em pleno mercado Ver-o-Peso, em Belém do Pará. Tudo se passa no ano de 2123.
Vilma C. > Zemaria
Cacilda, parabéns, Zemaria! (sequência de emojis em forma de pequenos corações vermelhos que explodem, formando fumaça vermelha). Vou lá no link pra ler, c-u-r-i-o-s-a!
ErnestON > Zemaria
Mano, coisa mais original. Lembrou aquele poema do Manuel Bandeira. O que ele diz que um porquinho-da-índia foi a primeira namorada dele. Aposto que a intertextualidade não foi ingenuidade sua. Você quis, sim, conversar com a tradição. Só que jogando o diálogo pra daqui a 100 anos. Animal! Manda mais detalhes da estética, tons e maneiras etc.
Zemaria > Vilma C.
Salve, Vilma! Vai lá, sim! Dá uma sapeada no “Rosendo “e depois conta pra gente quais foram as impressões. Ansioso pra saber teus pontos de vista. Um beijo enorme pra você e pro teu gato Delfino. (GIF de um gato deitado embaixo de um cobertor).
Zemaria >ErnestON
Falou tudo, Ernesteza! No “Rosendo” tem, de fato, uma conversa do meu porquinho com o porquinho do Bandeira. Não dá mais pra ser ingênuo no século XXI. Sobre a estética, admito, fui ousado. A proposta, no entanto, é futurista. Até pensei naquele crítico inglês, me foge o nome dele, que recebeu uns versos do Joyce. Ele avaliou e respondeu ao artista (quando jovem) algo como: “tem coisa boa aqui, mas, por favor, não cometa essas bizarrices métricas na abertura dos poemas”. Nunca se saberá o que Joyce cometeu. Mas eu também inventei alguns versos bem fora da caixa. Pra retratar melhor o guincho do bichinho, sabe? Em termos verbovocovisuais, talvez eu tenha pesado mais a mão no voco e deixado de lado o verbo e o visual. Experimentação é risco. São versos trintassílabos, com tônica na décima sétima e na trigésima.
Elesbão > Todos
Pessoal, estou desapegando de uma impressora matricial que me acompanha desde que fui assistente do professor Joachin Othonbaster, na Federal. Não tem toner, funciona no fio (sem wi-fi) e está com dois adesivos do Beastie Boys nas laterais. No mais está zerada. Alguém?
Vilma C. > Zemaria
Chorando aqui. (emojis lacrimejando). Quando passar, volto pra tentar traduzir o que me passou depois que li o teu “Rosendo”. Só pra adiantar, foi algo semelhante à primeira vez que ouvi Rosamunde, D. 797, do Schubert. O momento em que o porquinho guincha para o fardo de feno foi tão tocante que…Desculpa, não rola verbalizar mais nada, Zemaria. Morta.
ErnestON > Zemaria
Trintassílabos? Cara, PQP! (sequência de dez emojis iguais representando mãos batendo palmas).
TríciaSecreta>Todos
Gente, ninguém mandou o PIX pro audiobook da antologia de poemas futuristas do grupo. Assim, a editora não vai honrar a data aprazada pro lançamento. Está difícil pra todo mundo, mas combinado não sai caro.
Elesbão > Todos
Esqueci de um detalhe: a impressora é bem grandona. Caso não funcione por algum motivo, dá pra guardar livros nela. Alguém?
Vilma C. > Zemaria
Chorando loucamente, Zemaria. Mando anotações sobre “Rosendo” amanhã, prometo. E olha: meu gato não se chama Delfino, o nome dele é Rufino. (dois emojis com cara de bravo).
Elesbão > Todos
Alguém?