O que angustia nem é que aquele cara asqueroso e seu representante gaúcho igualmente asqueroso falem os maiores absurdos, disso já estamos acostumados e temos conhecimentos há décadas, desde quando aparentemente eram aberrações insignificantes; o que exaspera é que nada adianta, o psicopata ignorante, fã confesso de torturadores comprovados, nostálgico assumido da ditadura e depreciador de minorias discriminadas pode falar que “pintou o clima” com menina de 14 anos, que transaria com prostituta haitiana miserável e famélica e, por isso, desesperada ou até que comeria índios, nada adianta, é desesperador, dezenas de milhões de pessoas completamente idiotizadas o apoiam, o escolhem e o veneram, pessoas que o aplaudem e riem feito hienas quando ele diz que nunca brochou (!!!), são pessoas imbecis, bando de imbecis!!!
Vocês que fazem parte dessa turma o merecem! Merecem ser o lado passivo do que é capaz de fazer alguém imbrochável e sem pruridos de demonstrar isso até com adolescentes famélicas. Em resumo, merecem se “ferrar”! Quando vai passar essa hipnose coletiva?! Pelo amor de Deus, vocês têm alguns dias pra acordar e evitar que o atual quadriênio de purgatório se consolide como o quadriênio do inferno!
Enquanto isso, aqui no Texas, o representante de tal figura abjeta, que se esforça pra ser igual à chefia e por isso se torna ridiculamente uma cópia caricata, receberá a ajuda de abobados da esquerda que não conseguem entender a estratégia pragmática do seu oponente. Como nos velhos tempos do sectarismo que foi sua maior danação, muitos desses sectários incorrigíveis, politicamente míopes, vão suicidamente se abster de votar.
Pensando nessa figura texana abjeta que segue o inadmissível chefe nacional, nessa figura regional cuja profissão precisa ser conhecida (o Google ajuda) pra que o poema irônico a seguir seja entendido, aqui vai:
A história do “ministro pipoca”
Tem uma ironia enorme
Ele nem ocupou o cargo que lhe toca
Pra ser bem coerente
O sujeito deveria ter sido
Médico pessoal do presidente
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Mas é difícil! Abriu a temporada asquerosa de caça a álibis, mesmo que falaciosos ou meias verdades que mentem, pra justificar o injustificável e maquiar o próprio preconceito. Tem gente que se revoltou durante os desatinos na pandemia e agora voltou ao próprio desatino de apoiar o desatinado. Na real, por trás disso, está a aversão incontida a tudo que tenha a ver com pele negra, pobre letrado e suor de povo.
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Depois de despejar aqui todo esse desespero, sugiro que recuperemos uma imagem utilizada lá em 1988, no Chile, como símbolo da campanha contra o horror. Era então o referendo que o absurdo ditador Augusto Pinochet se viu obrigado a fazer diante da justa pressão internacional contra seu regime mau e assassino. Era o arco-íris, que, mais apropriadamente ainda deveria ser adotado no Rio Grande do Sul como emblema de luta contra a morte cinzenta.
O que significa o arco-iris? Tornou-se a imagem da luta pela diversidade (em especial a sexual, mas este colunista a vê muito além, muito ampla, incluindo outras minorias), e também, como no caso de 1988, representa a ideia de uma frente de diferentes colorações ideológicas contra a bestialidade do regime que tortura e mata ou incentiva a tortura e a morte. Todos em nome da vida!
Precisamos enfatizar que estamos numa frente civilizatória.
Há exatos 10 anos, foi lançado no Chile o filme “No”, dirigido por Pablo Larrain e roteirizado por Pedro Peirano, que recupera aqueles episódios e aquele contexto de 1988. O filme se baseia no espetáculo teatral “O Plebiscito”, de Antonio Skármeta (pra quem, aliás, já tive a honra inesquecível de autografar meu livro “Coligay, Tricolor e de todas as cores”). O protagonista é o marqueteiro René Saavedra (vivido por Gael García Bernal), que, mesmo diante do jogo sujo típico dos fascistas, cerca-se de uma equipe de confiança e cria a inteligente peça de marketing pelo lado da civilização, com conteúdo audiovisual atrativo e de vanguarda, cujo slogan dizia “Chile, la alegría ya viene”. Resultado da ousadia: o “No” venceu com 55,99% dos votos, e o inadmissível Pinochet foi corrido do La Moneda, tornando-se pária indesejado pelas pessoas de boa índole.
Caso as trevas vencessem (a opção pelo “Sí”), Pinochet ficaria outros oito anos acrescidos aos já 15 no poder. Com a vitória da civilização (a opção pelo “No” que dá título ao filme), haveria eleição no ano seguinte.
O resultado foi recebido com uma enorme festa no lindo país andino.
Foi o primeiro filme chileno candidato ao Oscar.
Ai, que vontade de ver uma versão brasileira dessa obra!
Seria lindo cantar “Brasil, a alegria já vem!”
Melhor ainda: fazer o carnaval que mereceria tamanho alívio.
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Poema ELEitoral
(repetindo a mim mesmo)
A letra “ele” não tem acento
Mas a poesia transgride
E pede atrevimento
O pronome também não tem
Mas vale brincar
Porque a arte é do bem
Então, fica assim:
Êle, não!
Éle, sim!
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Como foi na semana passada, e esta coluna é semanal, vai aqui o registro: faleceu o Sérgio da Costa Franco. Eu o admirava muito! Foi minha fonte em algumas reportagens e, em especial (muito esclarecedor), no livro “Somos azuis, pretos e brancos”. Generoso como ser humano e extremamente qualificado como historiador.
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Mississipi em Shame
Porto Alegre tem novo name
Depois do episódio com Seu Jorge
Virou Mississipi em Shame
Shabat shalom!