Conheça "A Cronologia do Alef Bet - O abecedário judaico contra a ignorância e a maldade do antissemitismo", o novo livro de Léo Gerchmann. Saiba Mais
O livro “A cronologia do Alef Bet – o abecedário judaico contra a ignorância e a maldade do antissemitismo” (SlerBooks) se propõe a ser uma ferramenta para deixar esclarecido o seguinte: quando falamos de má vontade com Israel, judaísmo e sionismo, três assuntos completamente interligados, o assunto não é “ideologia”, mas racismo antissemita. No livro, você entenderá detalhadamente por que estou dizendo isso.
A questão é que quero reavivar a célebre frase proferida por uma mulher inteligente, mas que infelizmente não olha para além da sua minoria (e por isso não cito o seu nome, apesar de adaptar e ampliar o seu raciocínio): “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.”
Pego a frase e a uso para falar sobre o racismo antissemita.
Já me acostumei a vibrar com migalhas. Quando algum entre tantos amigos que tenho no campo da esquerda diz que silencia sobre o assunto porque entende a dor judaica, mas há um “debate complexo”, e ele prefere ficar distante da “polêmica”, eu adoro, mas também lamento. Pode parecer contraditório dizer isso, mas explico assim: adoro porque vejo ali uma pessoa inteligente e lúcida que não se comporta como gado na boiada que muge e pasta o capim que lhe oferecem; por outro lado, eu gostaria de ter essa pessoa me estendendo a mão.
E assim deveria ser, porque não estamos falando sobre um debate ideológico em que umas pessoas respeitam a opinião das outras. Algo que claramente faltou à compreensão até de uma Angela Davis (ok, é a autora da frase citada antes) é que, quando alguém usa o slogan “Palestina do rio ao mar”, essa pessoa está sendo implicitamente genocida, porque, entre o Jordão e o Mediterrâneo, está Israel, e apagar uma nação é genocídio. Aliás, em nenhum momento é o que as Forças de Defesas de Israel (percebam o nome do exército israelense) fazem ao reagir. Reagir a uma agressão devastadora (o 7/10) e se defender não é genocídio, e a esmagadora maioria dos judeus quer dois Estados (claro, se resguardados por essenciais fronteiras seguras).
Por isso, repito: não silenciem, queridos amigos. Estendam-nos as mãos. Falem com seus pares nos seus partidos, na academia, no trabalho, na sala de aula. Gritem nas redes sociais! Endossem os nossos gritos de angústia! Expliquem o óbvio. Digam que rejeitar aos judeus o direito a um cantinho no mundo no seu lar ancestral é antissionismo, e isso implica ignorar os séculos de perseguições pelas quais o povo judeu passou desde que foi expulso da antiga Judeia, depois renomeada como “Palestina” pelos romanos que estendiam seu império até aquela terra. Ou seja, em outras palavras, explique que antissionismo é antissemitismo, sustentado por ignorância e invisibilidade.
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Percebo que setores importantes (infelizmente majoritários) das esquerdas estão completamente sem rumo. Estive na Venezuela em várias coberturas e asseguro: aquele ogro chamado Nicolás Maduro é o Bozo cuspido e escarrado. Nenhuma diferença além do contexto de cada um que faz com que estejam em supostos polos ideológicos diferentes. Escrevi isto durante a semana:
Vi o Maduro apagar o aplicativo do WhatsApp de seu celular diante de uma plateia em transe, alegando que essa tecnologia é o próprio demônio e que os “patriotas” (seus seguidores, claro!) deveriam fazer o mesmo. Na claque, o figurino de pessoas com barba de profeta, oculozinhos redondinhos, ares de sabichões, etc. O layout típico. Tchê, se você acha que é intelectual, humanista, esquerdista e progressista porque aplaude aquele ogro ao mesmo tempo que demoniza o Bozo, você é um imbecil, o gado canhoto que também justifica grupos terroristas e adula aiatolás homofóbicos, misóginos, racistas e obscurantistas. Dizer que você é um hipócrita, um pretenso proprietário da moral, é muito pouco. De nada adianta o layout e a fala cheia de jargões e frases feitas na academia. Você, na verdade, é um energúmeno, um canalha! Tão imbecil quanto o pior dos negacionistas de extrema-direita e terraplanistas! Você fede! Você me dá asco! E enfia o oculozinho redondinho no redondito culozito!
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Os caras defendem o Maduro!
Os caras fazem de conta que não veem a fraude escancarada!
Como assim, suposta “intelectualidade”?
Cadê a independência intelectual que lhes deveria ser essencial?
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E não vou pedir perdão pelo meu radicalismo, até porque, se você olhar a floresta e não a árvore, perceberá que ser radical quando necessário em um temperamento usualmente moderado é a maior comprovação de moderação, porque nem nela você é radical, uma vez que a moderação também pode ser radical. Xi! Confuso? Creio que não. A não ser que você esteja amadurecendo (sim, esse foi um trocadilho, e achei ótimo; só não entende quem é capaz de defender o indefensável).
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Shabat shalom!
Foto da Capa: Venezuela Blog
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